sexta-feira, 11 de novembro de 2011

.
... She says she doesn't care, but her eyes tell a different story.
.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

corremos dentro dos corpos

.

Como o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os puxam e devoram. Atravessamos cada ramo das árvores interiores que crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas pernas, pelos olhares. As raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas raízes que se fecham e apertam e esmagam essa pedra de fogo.
Como sangue, somos lágrimas. Como sangue, existimos dentro dos gestos. As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos. E somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos. O vento dentro da escuridão como o único objecto que pode ser tocado. Debaixo da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o desencanto.


.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

.
- as pessoas cansam-me. há dias em que me divertem. ultimamente cansam-me.
 .

terça-feira, 16 de agosto de 2011


   aos vinte e três outonos apaixonei-me doze vezes
   e nem sempre pelas mesmas almas
   mas sobrevivi a um coração míope.



.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

.
 Há uns meses vi um filme que me iluminou..solucionou-me as aflições de imediato... Eu sei que é estranho como podem um filme e uma boa playlist serem responsáveis pela volta de 180º de que a vida tantas vezes precisa.. Até hoje pensei que tudo tinha resultado, fiquei tão convencida disso que me esqueci completamente de pensar num plano B.
.
.
Tragédia, sempre tragédia. 
Olhar que aumenta, pupilas que dilatam, sobrancelhas que franzem num arqueamento esticado ao máximo, e o grito mudo que nos ensurdece e faz disparar esta máquina bombeante num bater descompassado que atropela a ferocidade de pensamentos que nos assolapam. O braço que se ergue e curva para flectir-se contra o peito. Um ‘merda’ que nos sai da boca. –Merda, merda, merda!
É o tarde demais, é o podia ter feito, é o devia ter dito. É o que passou. É o que não virá que mata o poderia ser. É o não ser mais. É o peso do preço do perder.
ENGOLIR EM SECO E SEGUIR EM FRENTE.
.

O que foi não volta a ser . .










domingo, 12 de junho de 2011

.
Parece que todos os domingos não conseguem ser de outra forma. Sentada no sofá a pensar nas imbecilidades que fez no fim-de-semana. Uma catadupa de tarefas por resolver, a cozinha que não se arruma sozinha e o silêncio ensurdecedor do seu apartamento. Não há nada que possa piorar, e ela sabe disso. Estranhamente vê-se numa situação que sempre desejou mas não está a gostar de vivê-la. Não tem medo do escuro, nem medo de dormir de janelas abertas, mas tem medo de exteriorizar o que está a sentir naquele momento. Ela só queria ser pequenina de  novo, quando tinha uma família feliz e não sabia o que era o amor.
.

quarta-feira, 25 de maio de 2011































Maio é mês de poda,
Maio é mês de muda.
Maio não é mais ou menos,    Maio é tudo de bom ,   é todos os  optimistas a saírem do armário e a deixarem lá dentro o peso dos casacos de Inverno. Maio vê as calças a encolherem e os ombros a invadiram as ruas. A pele volta à cidade e os cabelos levantam-se para mostrar pescoços e nucas há tanto tempo por detrás de cachecóis e outros abafos.  Maio é mês de abrir as janelas e deixar uma brisa fresca, nunca fria, entrar. Maio é mês de limpezas e de começar a pensar com mais luz. Maio é mês de tirar empecilhos da frente, fazer comida para os amigos e mais uma data de gente .

Maio é um outro bom mês para começar outra vez.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

.
    Fixas o olhar na sombra dos carros que passa.
   Esperas pelo Sábado,
   Pelo feriado e as suas pontes,
   Pelas férias para ouvires as tuas canções.
   Sentes-te longe, silenciosa de luz.





- é assim e pronto.

terça-feira, 26 de abril de 2011

ABRIL É UM BOM MÊS PARA COMEÇAR OUTRA VEZ. (ainda que no fim...)


Somos todos capitães da nossa própria liberdade. Somos responsáveis até quando  escolhemos não escolher.
Uma no cravo e 74 na ferradura. O que importa é que o cavalo que nos carregue ande sempre calçado. E seja qual for o taxista e o preço da bandeirada, o nosso destino apontamo-lo nós. Para diante é para onde estivermos virados.
E para onde vamos, vamos andando. E andando, andamos cansados. Mas atenção, poder andar é um descanso, porque não queremos que ninguém ande por nós.
Queremos é que as nossas ideias se estiquem para além, sempre além, das nossas bocas, mais longas que os nossos braços. Que os nossos corpos desistam antes, sempre antes, das nossas mentes.
Somos todos capitães da nossa própria liberdade 
e esta
não é uma boa altura para desistir.

terça-feira, 22 de março de 2011


Sou e serei sempre um tsunami, não vejo isso nem como uma qualidade nem como um defeito. Trata-se apenas da minha natureza. Já tu, assemelhas-te mais a um lago de águas turvas e paradas.

terça-feira, 8 de março de 2011

.
Tratam-nos mal, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-killers e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente, mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno-almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até dói. São óptimas mães até que os filhos fazem 10 anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já depende. Têm dias. Têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se de parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de inocentes e (milagre!) por esse acto de vontade tornam-se mesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até amais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça,mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos – elas quando jogam é para ganhar. E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco.

Rui Zink, in "Jornal Metro"

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

domingo, 30 de janeiro de 2011

coisas.

.
- se há coisas pequenitas, supérfluas e banais que me irritam sem motivo aparente, as películas protectoras de certos objectos podem bem ser uma delas. Enraivecem-me e comicham-me. E se não posso tirá-las assim que detectadas, são capazes de prender a minha atenção de tal forma que o resto do mundo evapora-se e passo a existir apenas eu e aquela peliculazita estúpida que se mete comigo e não pára de me gritar: -'tira-me daqui, tira-me daqui!'
E caio no desespero de perguntar: - posso tirar a película protectora do teu telemóvel? E a resposta é clara: - Não porque ainda tenho de lhe comprar uma capa!
Hoje, dou por mim numa de comparações e percebo que também é assim com algumas pessoas, precisam de uma película protectora até que consigam uma capa. O mais difícil de tudo isto é aprender a ter calma..
.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

beth gibbons- tom the model from still in space on Vimeo.

.

recalcamos, repisamos e pisamos
até que um dia reparamos que já não somos capazes de ser transparentes.
.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

.

Procura erva alta e deita-te. Olha para as nuvens e repara, como dantes, nas figuras que elas fazem. Hás-de ver o que juntaste até hoje – nada que se aguente de pé.

.

ao ouvido...

Seguidores

Arquivo do blogue