terça-feira, 27 de março de 2007

AAAARRRRGGGHHHHH...!

AUSÊNCIA
Quero dizer-te uma coisa simples: a tua ausência dói-me. Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma; mas que não deixa, por isso, de deixar alguns sinais – um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto. São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre sonho e a realidade. Porém, é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, e as palavras ficam presas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama de dentro de mim – e me faz responder-te uma coisa simples, como dizer que a tua ausência me dói.
(Pedro, Lembrando Inês, Nuno Júdice)
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Bahh..! Raios partam estas coisas do coração…
Cada vez mais a incerteza se apodera desta mente cada vez mais pequena comparada com a imensidão da dúvida…
Já nada conheço, já não sou aquela pessoa em quem vocês pensavam em primeiro lugar como a mais indicada para vos retirar essas nuvens acinzentadas do pensamento… já não transporto comigo respostas com raios resplandecentes de luz.. Sigo agora em busca de um azul…só isso…um azul que, com ou sem nuvens à mistura, se mantenha sempre azul… não mude de repente… já me apercebi que aquilo do não querer ficar por não querer sair, afinal não adianta… devia ter ficado sim, ou então não ter sequer entrado…tenho pena por não ter entrado em todas as portas…quiçá, do outro lado estaria uma janela onde o tal azul se consegue vislumbrar… mas deixei-me levar por um bonito azul misturado com gradações de Sol poente…tss, não presto para nada… Nem sei se demonstre revolta, se me deixe estar no meu canto, se desacredite totalmente nas palavras escritas nas paredes daquela casa, cheia de janelas onde o sol entrava tirando o protagonismo aos outros tons de céu, palavras agora dirigidas num outro sentido… Como tantas letras podem significar um tão grande vazio? Um vazio capaz de nada… Ok, vou mesmo desacreditar…impressionem-me se quiserem…não sei se o vosso esforço compensará.. mas “quem não quis saber/ tirou a mão e partiu/ deu o que não tinha para levar/ fechei o corpo e fugi”, quanto a vocês, vão ter de vir e arrancar-me desta escuridão, vão ter de ser vocês a dizer quanto darão por mim… sabem que nem é preciso muito esforço? Nem essas palavras tão trabalhadas previamente nesses neurónios de meia tigela?

_________BASTA SINCERIDADE PORRA!!!________
Parece fácil demais… e acreditem que seria, não fosse esse vosso espírito não sei do quê…e depois dizem que nós é que complicamos…nada de histórias doces de embalar amigos! Nada de actos impensados (que pensam que nós tomamos como heróicos) quando afinal houve muito pensamento e jogo nisso.. nada de estratégias… Não percebi, afinal o porquê do fazer acreditar?! Se não dá para incorporar a esperança em qualquer barco que contenha o resto de uns outros tantos sentimentos, há que ser dito! Em vez de perderem tempo a tentar sacar-nos uma certa dose de deslumbramento…Deslumbramento esse que tinge de sonho tudo o que a realidade quer mostrar mas os nossos olhos não conseguem ver… e poderia tudo ser tão mais fácil…tão mais azul…
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Desculpem-me amigos, mas hoje esqueci-me de como se sabe perder.. ou pelo menos de como se vê no perder um ganhar… desculpem-me amigos…mas terão de apanhar os meus restos do chão! Talvez um dia consiga voltar a confiar… e esperar um dia sem dor! Hoje não, não me peçam isso…
(Não, não magoaria tanto se o tivesses dito logo..)
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segunda-feira, 26 de março de 2007

.........NOITE PASSADA

A noite passada acordei com o teu beijo
descias o douro e eu fui esperar-te ao tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia"
ri-me de ti: "então porque não voas?"
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste
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a noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo, dormias lá no fundo
faltou-me o pé, senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos
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A noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti, disse baixinho "olá"
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então tu olhaste
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste"
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domingo, 11 de março de 2007

DEZ ANOS PARA SEMPRE...

“Cada vez estou mais convencida de que os primeiros 10anos de vida marcam para sempre o ser humano. (…)
Nos primeiros 10anos de vida vive-se tudo o que se quer guardar mais tarde e tudo o que se quer esquecer para sempre.
E depois leva-se o resto da vida entalado entre o que já não temos e o que nunca vamos querer. E cada dia só é melhor se sentirmos que demos um passo em frente, ou se estamos a regressar a casa. A sensação de não ir, não estar, não avançar, não regressar, angustia e rouba sentido à existência. Temos que avançar, escolher, partir, desistir, sonhar, temos que sentir que perdemos para depois podermos ganhar. E vamos sempre à procura do que já fomos, nas gavetas fechadas, nas fotografias já sem cor, nas vozes esquecidas.
Mas o tempo nunca volta atrás, o tempo é um vira-casacas que demora demasiado tempo a passar quando estamos tristes, e quase nada quando tudo corre como um sonho. O tempo está cá para nos marcar as rugas e encovar os olhos, para nos desbotar as fotografias e apagar as vozes, o tempo muda tudo, sobretudo o que nunca quisemos mudar, menos o que sempre sonhámos diferente e nunca conseguimos.
Aos 10anos, quando tudo é novo e diferente, quando se descobre o mundo pela primeira vez e as feridas nos joelhos se fazem todas as semanas, a vida ainda não começou mas já terminou. E são traçadas as fronteiras do caminho que vamos fazer – com mais ou menos medo, coragem, vontade, desejo e amor.E, quando a viagem se aproxima do fim, nunca escrevemos essa palavra na nossa vida, porque não a aceitamos.”

quinta-feira, 8 de março de 2007


Já não escrevo, já não danço, já não falo, já não socializo, já não busco, já não faço porra nenhuma, que a minha alma não tem vontade... não tem vontade de fingir, nem vontade de ocupar o tempo para esquecer o que de mais profundo cá vai, nem tão pouco de tomar conta de nós! nós vamos então estando! como os brasileiros, um verbo que nunca acaba, vamos estando, vamos fazendo, vamos indo, vamos até esquecendo que os amigos são a coisa mais importante do mundo...
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Pedra é o estado em que a nossa aura se transforma - pedra dura, pedra estanque! ninguém entra, ninguém sai! Que desperdício, tanta energia enclausurada nesta armadura! Quase viva, quase morta, quase nada!
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A flor deslumbrante retida no nosso pensamento, vai-nos fazendo andar por essas ruas que de amargura se apelidam todas, tomar mais copos, fungar mais fumicios, quase viver de experiências com o propósito de a esquecer!
Flor brava, porque só uma essência bravia nos faz sub-alugar a nossa vida a esse estranho que em nós habita!
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Respiro fundo, dou um murro no peito, na tentativa de atenuar uma outra dor que me consome e angustia...vinda não sei de que entranhas deste corpo...cada vez mais nú...cada vez com menos vontade....
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NÃO ME ROUBES TAMBÉM A ALMA...ja que me roubaste as palavras ... a esperança...tudo o que de bom despertaste... e que em vez de ter permanecido como uma doce e suave recordação....nunca chegou sequer a adormecer... e que agora se deparou com uma nova perspectiva dos acontecimentos... Sabes que mais????Não vales nada!!!! És oco por dentro e demonstras tanto por fora...como foi possível????
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Mas avanço, continuo! porque o sangue continua a pular nas veias, não pára, apesar de a alma estar retida numa paragem de um autocarro que não passa mais.
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ao ouvido...

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