sexta-feira, 2 de outubro de 2009

temos pena..

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nem sempre os tempos de crise e nuvens carregadas de cinzento carvão acabam por ser maus de todo,
não é nada mau saber que, de facto, as coisas acabaram por mudar bastante, ora vejamos..
enquanto antes enrolava as minhas vísceras sobre elas próprias numa raiva de tanto grito ter de conter, em que as lágrimas vinham aos olhos só pelo esforço que se faz para as coisas não saltarem para fora de nós, para que não assumam um controlo desmedido
hoje,
hoje sorrio por ver que sempre que me voltas as costas sem a mínima satisfação (pela frequência do ultimamente, deve mesmo ter virado moda), nem sequer um 'não vou só comprar tabaco, vou sair com os meus amigos, não sei quanto tempo demoro o que acaba por não ser muito importante visto que me estou a cagar para ti e como já não sei beber nem aguentar o álcool a circular-me no corpo como há uns pares de anos atrás, anos esses em que a minha memória me permitiria lembrar-me de que amanhã estarás de folga, sei que te deixei a pensar que não iria sair de casa porque passo a vida a queixar-me de que ando mal de guito, mas mesmo assim resolvo esbofetear-te com uma palmadinha de luva branca acabando por não ligar a questões monetárias no que toca apenas a algumas pessoas que nunca te incluirão a ti, e resolvo deste modo deixar-te sozinha a um canto como tenho feito desde há bastantes meses atrás'... pfff
sorrio por ver que consegui libertar-me não um pouco mais, mas um bastante mais de ti, acabando por ganhar mais força para o dia em que saio desta prisão em que não sou a unica a aprisionar-me a mim própria... rio-me também quando me lembro de que há quem chame de emancipação ao dia q está prestes a chegar... sim, estarei livre e solta de ti 24 sobre 24h (como tu dizes, mas que em tempo real corresponde a umas boas 3h de média diária em que de facto partilhamos o mesmo espaço físico separados apenas por uma parede, oba oba! sou mesmo ingrata por não desatar a pular de alegria!!) adiante, referia-me então a ti, a essa presença que em vez de calma e guarida (acho que era essa a intenção), me traz tormento, tira o sono e mais uma porrada de coisas que poderia colocar cordialmente em 'filinha' numa qualquer espécie de lista.. é pena não ter vergonha na cara e conseguir admitir a alto e a bom som de que precisaremos sempre de terceiros para ser felizes.. é pena aperceber-me que hoje em dia não há melhor que a minha singularidade a fazer isso... sei que pensas que este é um grande grito de revolta, mas não.. é só e apenas um desabafo.. de facto aprendi muitas lições contigo, a ultima delas é que me devo preocupar com os outros tanto ou menos do quanto eles se preocupam comigo..
ainda bem que já sabes onde estarei a passar os meus dias sem presenciar a tua decadência e falência orgânica pouco a pouco.. estupidamente ainda me ouso a dizer-te, para apareceres quando quiseres REALMENTE estar comigo..
enchi, e talvez por isso me reste apenas encolher os ombros e dizer essa frase que tu tanto odeias..
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ao ouvido...

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