sexta-feira, 22 de dezembro de 2006


Que hei-de eu fazer,
Eu tão nova e desamparada?
Quando o amor me entra de repente
P’la porta da frente
E fica a porta escancarada.
Vou-te dizer
A luz começou em frestas
Se fores a ver
Enquanto assim durares
Se fores amada e amares
Dirás sempre palavras destas..
P´ra te ter,
Pra que de mim não te zangues
Eu vou-te dar a pele do meu cetim
Coração carmesim
As carnes e com elas sangues.
.
Às vezes o amor,
No calendário, noutro mês é dor.
É cego e surdo e mudo.
Eu lia-te um diário disso tudo.
.
E se um dia a razão
Fria e negra do destino
Deitar mão à porta à luz aberta
Que te deixe liberta
E do pássaro se ouça o trilo
Por te querer
Vou abrir em mim dois espaços
Pra te dar
Enredo ao folhetim
Afloro ao teu jardim
As pernas e com elas braços
Mas se tudo tem fim,
Porquê dar ao amor guarida?
Mesmo assim,
Dá principio ao começo
Se morreres só te peço
Da morte volta sempre em vida…
.
Sérgio Godinho
.
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