Talvez a vida seja isto mesmo…
Ao longo dos anos vão-se fechando portas
Vão-se perdendo caminhos...
não aqueles que estão incluídos na nossa mente
Mas aqueles que são realmente praticáveis
Dentro de toda a realidade inimaginada,
não pensada,
que me fora dada
Não me resta muito por escolher
Basta deixar-me ir
Fiquei presa
Tão presa
Mas já não tenho medo
Já tudo me sabe a descanso
Por isso não me assusto com o tamanho das ondas que vislumbro
Ignoro-as apenas
Já não sinto o bater descompassado desta máquina que me indica que estou viva
Sempre que fico sem pé
Talvez esta sensação se vá com a maré
Talvez ao longe
Consiga avistar
O sinal
Aquele sinal
Que sabemos que existe
Mas pelo qual insistimos esperar
Para que em nós flua um alento
Que
(finalmente)
nos faça soltar.