sexta-feira, 12 de junho de 2015


Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes.

terça-feira, 24 de março de 2015






O sangue fala, quente, para que não se descubra o frio com que corre.
E hoje vais deixar de mandar, sempre.

- São cordas que te prendem?
- Sim.
- É uma corda em fogo?
- É.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

 
  Se te escrevo isto é porque estou cheia de saudades tuas. Hoje é um daqueles dias em que me sinto tremendamente neurótica e se o pareço às vezes é porque o medo de te perder é imensamente assustador. Eu sei que tu odeias as minhas comparações com amores passados. Mas quero que entendas que não são as pessoas que eu comparo, são sim os sentimentos, e nunca senti tanto medo de perder ninguém como o que sinto por ti.
Podes não acreditar mas os poucos dias que passámos e que me sabem sempre a tanto, nunca a tão pouco como quando os conto, deram-me mais do que alguma vez anos sem fim. Todos eles são dias dignos de se gravar no coração. E quando olho para ti, de cabeça pousada na almofada, com os olhos tão perto dos meus, percebo que és tu. És tu que me faz sentido na sombra dos dias. E se me olhas, os meus olhos querem dizer-te tudo. E se fixas o tecto enquanto o desfocas em pensamentos, é o meu coração que te fala e pede que o ouças e na maioria das vezes é para tentar convercer-te de que é aqui o teu lugar.
  Ainda estou a tentar gerir o teu espaço com os meus apelos constantes e se me calo no expediente dos dias é para tentar não sufocar-te. Não sei ainda medir a atenção por medo do exagero e opto sempre pelo silêncio. Bem sei que o amor não se gere. Mas o amor é incerto, tem linhas ténues quase transparentes que tenho medo de pisar. E se o silêncio existe, é preenchido com horas em que podia dedicar atenção à futilidade das minhas coisas, mas não consigo porque o corpo me pede que me sente e te escreva estas palavras. Também sei que o amor não se compra mas desde sempre que penso em formas de retribuir o que me dás. E talvez pelo facto dos meus dias roubarem grande parte do meu intelecto , onde ainda espero que resida alguma amostra de criatividade, não sou capaz de fazer surgir algo tão nobre como o que mereces. Decido então oferecer-me a mim, em cada dia que vai passando e nos quais nada me ocorre. E ao oferecer-me gostava que soubesses que por muita cumplicidade criada já nas nossas vidas, com outros alguéns, muito maiores do que a que temos ainda, essa é a melhor coisa não que alguém nos oferece, mas que a vida nos presenteia na melhor das simbioses das relações humanas. Quero investir em mim de forma a recuperar a graciosidade que sempre me acompanhou, só porque existes. Quero que sejas o meu melhor amigo (que me desculpem os meus melhores) e meu cúmplice, e se não vires isso em mim quando me oferto, então não te faço o sentido que tu me fazes e lamento.
  Mas o que fazer no exacto momento em que nos apaixonamos? Sabendo do risco que se corre de ficar para sempre presa àquela pessoa? Aquela pessoa, à minha frente foste tu. Aquela pessoa que foi a única capaz de me tirar das mãos o controlo das situações. Aquela pessoa que assistiu ao acordar de uma histeria interna que só se deixava mostrar num olhar perdido e hesitante que não conhecia sítio para poisar ou fugir. Aquele olhar que de manhã, ao acordar de uma neurose que não conhece, percebeu que não adianta fugir ou esconder-se e que pela primeira vez alguém, decidira por ele onde parar de procurar e que podia assentar poiso, de forma sossegada, sem medo da dor.. porque entre o nada e a dor, devemos escolher o viver-se tudo.
  Dizer-te que desde então trago um balão de ar quente no peito que não pára de crescer, não é exagero na metáfora. Dizer-te que quando estou contigo sinto o contrário do medo que me rouba sentido à existência por não saber das coisas, quando esperava saber de tudo e governar tudo. Lembrar-me de cor de como os teus olhos mudam de cor quando te viras para mim, de que essas horas e dias são tão doces como o dizem as canções brasileiras que te dedico. Que me aqueces o coração como qualquer sambinha bom que gosto sempre de ouvir nas tardes quentes de Domingos com Sol. Que não escolheria melhor parceiro de dança, embaraçada pelo seu improviso, mas muy cobiçada por olhares alheios que juravam que sabíamos o que estávamos a fazer.
  O meu  coração de pedra (porque a vida o obrigou a isso) já não conhece resistência quando está contigo, porque é facil ser-se transparente e é facil dizer-te que te gosto e que quando fecho os olhos com força é porque estou a pedir ao processo cósmico que nos tornou possíveis como dupla, que te mantenha assim para todo o sempre, nessa pessoa que quando se vira para mim me faz sentir feliz, porque é facil ser-se tão verdadeira e evidente contigo, porque és assim tão igual ao que eu sou.
  Se me calo e panico, de quando em vez, não te canses ou aborreças, pensa só que é porque não quero perder-te nunca e que esta é a consequência do que me fazes, do tão e quão bem me fazes.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

                                                                               IT TAKES AN OCEAN NOT TO BREAK


Fazer alguém morrer dentro de nós é  uma faca de dois gumes. É o todo de uma solução que se revela libertadora mas que o faz de uma forma dura e monstruosamente atroz. Fazêmo-lo porque a permanência desse alguém no nosso quotidiano nos mata e corrói. Sem o fazermos não conseguimos dar vida à nossa existência de forma solta e feliz. Destruímos assim os laços oficiais de uma mutualidade de instantes partilhados. Quebramos um  fio dourado que de tão particular, o julgámos inquebrável para todo o sempre. 'Não imaginas o quanto eu te gosto' disseste. E eu sei que sim. O que nutria por ti presumia palavra...mas a palavra faltou-te. Faltaste-me a tudo pela sua ausência. Em vez disso preferiste dar uso a um conjunto de caracteres cuja brutalidade me dilacerou. Julguei-me sempre de direito à sua significação, isto porque sempre me garantiste que nunca faltaria semântica para todos os fundamentos. Porque estes nunca seriam parte de uma exigência de carácter obrigatório, mas parte de um processo tão natural como nós o fomos sempre. Servia isto tanto para ti como para mim. Mas as palavras, que sempre te sobejaram, que sempre soubeste articular em longos e nobres discursos e usar de forma às vezes tão atractivamente composta e estudada, faltaram-te de uma forma que nunca vou esquecer. É difícil entender que quando optamos por queimar algo a fim da sua sumição, nunca nada parte inteiramente. Perde-se no meio de ventos e o seu sopro volta sempre. Irei assim lembrar-me que te incinerei, mesmo que de quando em vez, mas vou lembrar-me sempre. Matar alguém dentro de nós é uma história de terror. Queremos soltar o nó que nos ata ao prolongar de uma inutilidade tal que agimos sob um impulso fervente. Ímpeto este que implora para por um fim à vida de toda uma amostra existencial de sentimento, usando a forma que julgamos mais eficaz, provocando a sua morte. Mas como qualquer homicida, teremos de penar por esse acto. Tudo permanecerá imortalmente encoberto, apenas. Não há morte que lhe roube a vida. Preferia um luto normal e faseado. Mesmo que não houvesse espera em demora. Revela-se isto, mais duro do que tu me morreres e teres morrido para todo o mundo.
Hoje sei que há actos imperdoáveis. E é isso que dói mais. Mais do que qualquer esforço aplicado quando se tenta, a todo o custo, esquecer quando e o que se absolve em mudas remissões.

quarta-feira, 22 de maio de 2013


   Gostava de gostar-te o suficiente para te amar.

sábado, 6 de abril de 2013


-'No.' is the saddest experience you'll ever know .

sábado, 16 de março de 2013


o coração que me deixaste
é uma casa difícil de habitar.





terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

  
  Faz hoje um mês que nos deixaste. Nesse dia levantaram-se ventos e o país andou à nora com os estragos que o vento causou. Comboios descarrilaram e espaços aéreos foram fechados. Fizeste de tudo para que todos se lembrassem de como sempre foste um furacão. Um furacão cuja força nunca arrastou os verdadeiros admiradores de tempestades tropicais.
Lembro-me de como as minhas brincadeiras inocentes não pouparam a tua insuficiência cardíaca. Mas sempre te fizeste respeitar. Tinhas tanto de adorável como de bom. Fui uma criança menos solitária e infeliz por tudo o que fizeste por me distrair. Coisas que hoje nenhum miúdo compreenderia.
  Fui crescendo contigo e percebendo que o amor não é tão perfeito como o sonhamos. Que não há chinelos perfeitos para os nossos pés. Que quem nos quer se preocupará sempre. Que realmente apertar o casaco em dias de frio é uma preocupação de apenas quem connosco se inquieta e que continuaremos a ouvir para sempre, mesmo quando o passar do tempo nos traz essa autonomia de decisão. Descobri que o amor é triste, mesmo quando é bom, e que por muito que doa quando se perde, é possível sobreviver-se a ele e ao seu assalto de todos os dias.
  Lembro-me dos sorrisos, dos dias de Sol e o aroma a torradas afaga-me.
  Felizmente, aprendi antes de partires que nunca se deve evitar um 'gosto de ti', e eu sei que tu sabes e eu sei que o ouves sempre que agora o penso. Penso-o porque a realidade, quase sempre injusta, tornou impossível dizer-to; faz-me agora pensar que não mais ouvirei a tua voz, o meu nome a sair-te da boca, com aquele tom quente e cheio de doçura que só a ti pertencia. Tu que tinhas a doçura maior, a certeza maior, a confiança maior. Tu, cujos olhos não mais abrirás, esses olhos cheios de um azul tão azul, mesmo nos dias cinzentos. Tu que tinhas as mãos mais hábeis que conheço, que por muito que a imitação teime em querer igualar, até nas tarefas mais rotineiras, nunca deixarão de possuir a maior ligeireza e perfeição em tudo o que faziam.
  Guardo a tua voz dentro de mim e o teu cheiro para sempre. Como todas as lágrimas, também as que por ti incontrolável e inesperadamente choro, correm pelo rosto e morrem no peito. Mas nunca morrerão as memórias que me trazem e os teus ensinamentos que tentam preencher o vazio que deixaste. Sempre foste muito boa a pregar-nos partidas e a engendrar surpresas, só que o ser humano esquece-se facilmente de que nem só de surpresas boas se vestem os dias. Foi-se o brilho que trazias sempre contigo, mas ficou o teu sorriso no que não esqueço. Serás sempre aquela mulher com o coração maior.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013


   Nunca se negam nem um brinde, nem uma viagem.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


não há manhãs perfeitas
nem noites
nem dias...
trago um olhar tão cheio

e tão vazio para quem o mira.

esquece o que te consome
fizeste de tudo já
relaxa os braços e a mente
que ele se vai daqui para fora.

não há nada em ti que possa
tornar-se ainda mais transparente.
a visão mais clara cega a vista
de quem nunca foi preparado para ver
senão as coisas que a vida impõe.

tudo o demais cega e angustia.

só é homem quem o sabe ser
só se vive quem o quer viver.
ponto.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


   Hoje sonhei com uma estrela cadente. E isso só pode ser bom, certo?

quarta-feira, 6 de junho de 2012




Fecho os olhos com toda a força. Sinto um rasgo de dor no peito. Não é o medo. É a certeza. A certeza de que quando abrir os olhos vou encontrar o mesmo tecto branco de sempre.

Sinto o peso todo do mundo em mim. Das lacunas que me sobram. E quando penso no vazio, o vazio ocupa-me. Ocupa-me as vestes, ocupa-me a loiça que não se arruma sozinha. Ocupa-me a forma que de mim fica no sofá. Ocupa-me até a preguiça que se cansa de o pensar. Ocupa-me e quando penso em ocupá-lo só me ocorre a estúpida palavra, que de tanto repetir perde o significado. Lacunas.. lacunas.. lacunas.. lacunas.. .
E é aqui que eu vejo o poder do desgaste. A sabedoria por detrás de um "Tudo o que é demais começa a cheirar mal!" Quando as soluções não sobejam, nada melhor do que olhar para tudo segundo o prisma do consumo. Desgastarmo-nos em pensamentos, enjoarmos a angústia da problemática. Empanturrarmo-nos tanto mas tanto do vazio que não temos outra solução a não ser repeli-lo. O que era nítido na incerteza, agora enfraquece. Não te quero mais. Mais do que o que me aborreces, repulso-te até. Não há ponto forte demais, que não possa ser corroído.
Vou dormir, tranca a porta quando fores.

domingo, 20 de maio de 2012

.
Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio..

.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012


Sempre pensei que serias a primeira pessoa a entender porque o fiz. Mas foste a última e isso eu não entendo. Um dia vais arrepender-te quando descobrires que afinal fiz tudo certo. Que desperdiçaste pensamentos à toa com o que não foi. E pode ser tarde demais. Posso não ter a paciência que tenho hoje, e o tamanho das minhas costas pode não ser o mesmo. Podes já não ser das primeiras pessoas a quem dou prioridade para tudo e para nada.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

.
... She says she doesn't care, but her eyes tell a different story.
.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

corremos dentro dos corpos

.

Como o sangue, corremos dentro dos corpos no momento em que abismos os puxam e devoram. Atravessamos cada ramo das árvores interiores que crescem do peito e se estendem pelos braços, pelas pernas, pelos olhares. As raízes agarram-se ao coração e nós cobrimos cada dedo fino dessas raízes que se fecham e apertam e esmagam essa pedra de fogo.
Como sangue, somos lágrimas. Como sangue, existimos dentro dos gestos. As palavras são, tantas vezes, feitas daquilo que significamos. E somos o vento, os caminhos do vento sobre os rostos. O vento dentro da escuridão como o único objecto que pode ser tocado. Debaixo da pele, envolvemos as memórias, as ideias, a esperança e o desencanto.


.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

.
- as pessoas cansam-me. há dias em que me divertem. ultimamente cansam-me.
 .

terça-feira, 16 de agosto de 2011


   aos vinte e três outonos apaixonei-me doze vezes
   e nem sempre pelas mesmas almas
   mas sobrevivi a um coração míope.



.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

.
 Há uns meses vi um filme que me iluminou..solucionou-me as aflições de imediato... Eu sei que é estranho como podem um filme e uma boa playlist serem responsáveis pela volta de 180º de que a vida tantas vezes precisa.. Até hoje pensei que tudo tinha resultado, fiquei tão convencida disso que me esqueci completamente de pensar num plano B.
.
.
Tragédia, sempre tragédia. 
Olhar que aumenta, pupilas que dilatam, sobrancelhas que franzem num arqueamento esticado ao máximo, e o grito mudo que nos ensurdece e faz disparar esta máquina bombeante num bater descompassado que atropela a ferocidade de pensamentos que nos assolapam. O braço que se ergue e curva para flectir-se contra o peito. Um ‘merda’ que nos sai da boca. –Merda, merda, merda!
É o tarde demais, é o podia ter feito, é o devia ter dito. É o que passou. É o que não virá que mata o poderia ser. É o não ser mais. É o peso do preço do perder.
ENGOLIR EM SECO E SEGUIR EM FRENTE.
.

O que foi não volta a ser . .










domingo, 12 de junho de 2011

.
Parece que todos os domingos não conseguem ser de outra forma. Sentada no sofá a pensar nas imbecilidades que fez no fim-de-semana. Uma catadupa de tarefas por resolver, a cozinha que não se arruma sozinha e o silêncio ensurdecedor do seu apartamento. Não há nada que possa piorar, e ela sabe disso. Estranhamente vê-se numa situação que sempre desejou mas não está a gostar de vivê-la. Não tem medo do escuro, nem medo de dormir de janelas abertas, mas tem medo de exteriorizar o que está a sentir naquele momento. Ela só queria ser pequenina de  novo, quando tinha uma família feliz e não sabia o que era o amor.
.

quarta-feira, 25 de maio de 2011































Maio é mês de poda,
Maio é mês de muda.
Maio não é mais ou menos,    Maio é tudo de bom ,   é todos os  optimistas a saírem do armário e a deixarem lá dentro o peso dos casacos de Inverno. Maio vê as calças a encolherem e os ombros a invadiram as ruas. A pele volta à cidade e os cabelos levantam-se para mostrar pescoços e nucas há tanto tempo por detrás de cachecóis e outros abafos.  Maio é mês de abrir as janelas e deixar uma brisa fresca, nunca fria, entrar. Maio é mês de limpezas e de começar a pensar com mais luz. Maio é mês de tirar empecilhos da frente, fazer comida para os amigos e mais uma data de gente .

Maio é um outro bom mês para começar outra vez.


segunda-feira, 16 de maio de 2011

.
    Fixas o olhar na sombra dos carros que passa.
   Esperas pelo Sábado,
   Pelo feriado e as suas pontes,
   Pelas férias para ouvires as tuas canções.
   Sentes-te longe, silenciosa de luz.





- é assim e pronto.

terça-feira, 26 de abril de 2011

ABRIL É UM BOM MÊS PARA COMEÇAR OUTRA VEZ. (ainda que no fim...)


Somos todos capitães da nossa própria liberdade. Somos responsáveis até quando  escolhemos não escolher.
Uma no cravo e 74 na ferradura. O que importa é que o cavalo que nos carregue ande sempre calçado. E seja qual for o taxista e o preço da bandeirada, o nosso destino apontamo-lo nós. Para diante é para onde estivermos virados.
E para onde vamos, vamos andando. E andando, andamos cansados. Mas atenção, poder andar é um descanso, porque não queremos que ninguém ande por nós.
Queremos é que as nossas ideias se estiquem para além, sempre além, das nossas bocas, mais longas que os nossos braços. Que os nossos corpos desistam antes, sempre antes, das nossas mentes.
Somos todos capitães da nossa própria liberdade 
e esta
não é uma boa altura para desistir.

terça-feira, 22 de março de 2011


Sou e serei sempre um tsunami, não vejo isso nem como uma qualidade nem como um defeito. Trata-se apenas da minha natureza. Já tu, assemelhas-te mais a um lago de águas turvas e paradas.

terça-feira, 8 de março de 2011

.
Tratam-nos mal, mas querem que as tratemos bem. Apaixonam-se por serial-killers e depois queixam-se de que nem um postalinho. Escrevem que se desunham. Fingem acreditar nas nossas mentiras desde que tenhamos graça a pregá-las. Aceitam-nos e toleram-nos porque se acham superiores. São superiores. Não têm o gene da violência, embora seja melhor não as provocarmos. Perdoam facilmente, mas nunca esquecem. Bebem cicuta ao pequeno-almoço e destilam mel ao jantar. Têm uma capacidade de entrega que até dói. São óptimas mães até que os filhos fazem 10 anos, depois perdem o norte. Pelam-se por jogos eróticos, mas com o sexo já depende. Têm dias. Têm noites. Conseguem ser tão calculistas e maldosas como qualquer homem, só que com muito mais nível. Inventaram o telemóvel ao volante. São corajosas e quando se lhes mete uma coisa na cabeça levam tudo à frente. Fazem-se de parvas porque o seguro morreu de velho e estão muito escaldadas. Fazem-se de inocentes e (milagre!) por esse acto de vontade tornam-se mesmo inocentes. Nunca perdem a capacidade de se deslumbrarem. Riem quando estão tristes, choram quando estão felizes. Não compreendem nada. Compreendem tudo. Sabem que o corpo é passageiro. Sabem que na viagem há que tratar bem o passageiro e que o amor é um bom fio condutor. Não são de confiança, mas até amais infiel das mulheres é mais leal que o mais fiel dos homens. São tramadas. Comem-nos as papas na cabeça,mas depois levam-nos a colher à boca. A única coisa em nós que é para elas um mistério é a jantarada de amigos – elas quando jogam é para ganhar. E é tudo. Ah, não, há ainda mais uma coisa. Acreditam no Amor com A grande mas, para nossa sorte, contentam-se com pouco.

Rui Zink, in "Jornal Metro"

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

domingo, 30 de janeiro de 2011

coisas.

.
- se há coisas pequenitas, supérfluas e banais que me irritam sem motivo aparente, as películas protectoras de certos objectos podem bem ser uma delas. Enraivecem-me e comicham-me. E se não posso tirá-las assim que detectadas, são capazes de prender a minha atenção de tal forma que o resto do mundo evapora-se e passo a existir apenas eu e aquela peliculazita estúpida que se mete comigo e não pára de me gritar: -'tira-me daqui, tira-me daqui!'
E caio no desespero de perguntar: - posso tirar a película protectora do teu telemóvel? E a resposta é clara: - Não porque ainda tenho de lhe comprar uma capa!
Hoje, dou por mim numa de comparações e percebo que também é assim com algumas pessoas, precisam de uma película protectora até que consigam uma capa. O mais difícil de tudo isto é aprender a ter calma..
.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

domingo, 16 de janeiro de 2011

beth gibbons- tom the model from still in space on Vimeo.

.

recalcamos, repisamos e pisamos
até que um dia reparamos que já não somos capazes de ser transparentes.
.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

.

Procura erva alta e deita-te. Olha para as nuvens e repara, como dantes, nas figuras que elas fazem. Hás-de ver o que juntaste até hoje – nada que se aguente de pé.

.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

sábado, 18 de dezembro de 2010

domingo, 28 de novembro de 2010

.

'It was one of those days when it's a minute away from snowing and there's this electricity in the air, you can almost hear it. And this bag was, like, dancing with me. Like a little kid begging me to play with it. For fifteen minutes. And that's the day I knew there was this entire life behind things, and... this incredibly benevolent force, that wanted me to know there was no reason to be afraid, ever. Video's a poor excuse, I know. But it helps me remember... and I need to remember... Sometimes there's so much beauty in the world I feel like I can't take it, like my heart's going to cave in.'
.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

.

os cabrões têm sempre sorte!
.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

domingo, 31 de outubro de 2010

sábado, 23 de outubro de 2010

.

São muitas as sensações que por mim passam neste momento, e nenhuma delas de carácter positivo... posso até atribuir a razão deste pesar a uma paixão que morreu
uma paixão que morreu por muitas terem ido na sua frente..
Recordo-me de um dia ter perguntado a um médico no serviço se é possível morrer-se de desgosto.. e ele sorriu, não quis responder porque sabia perfeitamente que eu sabia a resposta.
E desgosto após desgosto, sinto que me estou a definhar aos poucos..

Vou ser clara, precisa e objectiva,
sempre pensei que nunca dei nada por nenhuma paixão que tenha dado tudo por mim.. basicamente eu conhecia a paixão e ela ia-me envolvendo, entregava-me tudo o que de melhor sabia, eu saboreava-a e era feliz.. mas pouco a pouco fui percebendo que eu também me entregara a cada uma delas.. e isso, isso é darmos muito.. e ao darmo-nos a nós estamos, quiçá, a dar demais quando nos apercebemos de que não estamos a receber o mesmo em troca, ou simplesmente aquilo que recebemos já não é suficiente para nos fazer feliz...

Vou ser ainda mais franca,
chego a pensar na maioria das vezes não há nada nem ninguém capaz de se dar sem o interesse de receber algo em troca.. por muito que o contradigamos.. há sempre um qualquer prazer que tentamos 'sacar', mesmo que alheio à nossa percepção, mas que esperamos sempre obter em troca.

Mas as minhas paixões morreram, e apercebi-me que me senti triste pela primeira vez por uma paixão morta, quando percebi o quanto dei de mim e de que tudo o que dei ficou e morreu com ela.
Já foram tantas as minhas paixões
tudo o que tinha fora do meu trabalho
tudo o que me movia dentro deste
um coração outrora tão cheio e que agora fechei para sempre
pessoas que julgara num pedestal e que a desilusão as tombou
e agora eu
a paixão por mim..
transformei-me
percebi que não sou a mesma
possivelmente porque antes tinha grandes paixões que me compunham
e agora que já não as mais tenho
fiquei vazia
houve alturas em que me iludi
pensei que a força da massa que me move fosse capaz de, pelo menos, me distrair um pouco, imaginar que era a mesma pessoa, sentir-me minimamente bem enquanto não encontrava novas paixões.
mas tal como todas as ilusões, revelou-se-me também esta na dura realidade...não há ilusões para sempre... não passam de encantamentos que inventamos quando desesperadamente tentamos manter-nos à tona.

Sinto-me como se estivesse a ser bombardeada com cada vez mais força..
que as balas me tocam nas cicatrizes antigas..
que ocupam o meu corpo aos poucos e lentamente me estou a aperceber de que já não vai haver espaço para mais..

Sei que a vida é uma questão de capítulos.. uns melhores, outros nem por isso, mas que inevitavelmente têm de ser encerrados para que possam surgir outros novos, e isso está simplesmente fora do nosso controlo, faz parte da vida que temos e também faz parte ficarmos sempre com marcas do que já foi e não volta a ser,
mas estou a ficar sem espaço para mais !!

Gosto dos dias em que me fazes esquecer tudo isto, podes não te aperceber mas dás-me força para sorrir e afastar as nuvens cinzentas por momentos.. mesmo que para que isso aconteça tenhas de estar triste e fazer-me sentir que fico impotente por não poder fazer mais por ti.. Mas caramba, o facto de conseguir-se, mesmo que por breves momentos, esquecer-se o que nos consome é tão bom!!!

Os últimos dias não têm sido fáceis.
Têm-me matado aos poucos.
Não aguento mais voltar ao sítio onde habita ainda a minha única paixão
porque só uma paixão muito forte nos faz continuar, dia após dia, numa insistência que julgamos ser capazes de aguenta-la mesmo quando esta se transforma e enfraquece, até ao final dos nossos dias..
porque quando damos um pouco de nós não baixamos os braços
porque não queremos ver tudo o que demos de nós a esmorecer-se com ela..
e por isso lutamos, e por isso insistimos, e por isso seguimos todos os dias nem que isso signifique um perpetuar da dor
Hoje, a dor foi forte demais.

Escrito isto, continuarei a fingir ser feliz.
Sempre fui melhor a fingir do que a falar de mim...
.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

.

podemos ter vidas completamente diferentes agora
mas nunca vou esquecer as coisas mágicas que vimos
.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

.

quite sad indeed . .
.

sábado, 16 de outubro de 2010

.

Honey you’ve been on my mind
Like Christmas & birthdays when I was five
.

sábado, 2 de outubro de 2010

.

Stella was a diver and she was always down.
.
.
.
.
- 'A um passo da praia soltas o cabelo e caminhas lentamente. A areia é um manto imperial que te seduz e te espera com gratidão. As ondas fazem aquele barulhinho só delas e como tu gostas. Não tens pressa apesar do mar te chamar. Respiras a brisa que te envolve e prendes-te em mais um entardecer perfeito. Recordas agora os últimos anos - como foram bons, como aprendeste tanta coisa, como as coisas que julgavas para sempre tuas te fugiram. Daria tudo para saber no que pensas nestes minutos em que atravessas o areal quando só as pequenas pedrinhas e conchas se te opõem. O que é eterno são estes fugazes momentos de tamanha intensidade que se petrificam, e nenhuma força jamais os resgatará.'
.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

how far away is far enough

.há sempre um sítio para fugir, para onde correr depois dos dias pesados demais,
um sítio onde o escuro nunca chegou e onde só more a paz,
um lugar cheio de silêncios parados e que nos diga por onde temos de ir para não cair,
um sítio para nos sarar.

Preciso-o, mais do que nunca.

sábado, 21 de agosto de 2010

Vou Sair Para Comprar Cigarros

.

Meu amor, eu volto já...Vou por aí, vou ver o mar...Ouvir o canto da sereia...E duvidar, vou duvidar,...Do céu, do sol, do chão, do ar,...Vou-me afundar...na ferida escura e esquiva...que me tem...Cativo,..Imóvel,..Sem solução
Meu amor, se eu naufragar...Se me perder no teu olhar...Desaparecer sob o luar...Me consumir de bar em bar...Na bruma bêbada de um cais...Gritar que quero mais que a vida...E mais e mais e mais...Perdoa..Perdi-me..Na confusão

Se porém eu me encontrar...Talvez o mar se acalme no meu peito...E eu possa pôr os pés no chão e respirar...E abraçar a solidão...E ocupar o meu lugar...Na vasta e tensa imensidão...E então voltar...E, se, tu ainda me quiseres...Meu amor, se desejares...Dou-te tudo o que sobrar
De mim.

JP Simões

ao ouvido...

Seguidores

Arquivo do blogue